aleno oliveira

Aula Memorização

Como não Esquecer o que Leio

Como aprender mais rápido, afinal? Como não esquecer o que li? Se você é um ser mortal, com certeza, já passou pela frustração de esquecer tudo que leu e estudou. Nesta videoaula postada no meu canal no Youtube (/Aleno Oliveira – inscreva-se!), vamos entender por que temos o famoso BRANCO e saberá algumas técnicas para aprender de forma muuuuito mais efetiva. Aprender a aprender é uma das habilidades mais importantes que você pode desenvolver na sua vida, segundo Einstein!

Essas dicas vão te ajudar a aprender mais rápido na leitura de livros, estudar para a escola, ENEM, concursos em geral ou quaisquer outros testes de conhecimento que você faça. Aprender a aprender e a estudar é uma coisa que a escola não nos ensinou.

Vamos às técnicas de como aprender de maneira mais eficiente e inteligente.

Conhecendo o INIMIGO: Ilusão da Fluência

Vou narrar uma pequena história para você agora que talvez se identifique:

  • Assistiu a uma aula interessante de um assunto novo dada de forma lógica e bem explicada pelo seu professor;
  • Leu as anotações ou slides da aula, reafirmando-se: “É isso mesmo. Entendi!”;
  • Teve seu conhecimento testado através de uma prova ou alguém lhe pergunta: “E aí, o que achou do livro?
  • Foi fazer uma apresentação e releu inúmeras vezes suas anotações, confiante que estava claro em sua mente e que iria dar tudo certo.

Você tinha certeza de que as informações estavam seguras em sua mente, mas…

BRANCO!

Parece que você nunca viu aquele conteúdo e se martiriza excruciantemente por não ter lembrado até que o revê e exclama: “Aaaaaaaah, lógico que era isso. Como não lembrei?!”.

Vamos analisar o que de fato ocorreu:

A forma mais usual de pessoas revisarem um conteúdo é através da revisão de marcações e leitura dos livros. É assim que a maioria das pessoas estuda, e isso é uma das principais razões pelas quais não conseguem reter as informações que leram.

Se você já passou por isso de passar horas e horas revisando um material e não conseguir lembrar depois, você caiu na ilusão da fluência.

A ilusão da fluência é justamente aquela sensação de que aprendemos tudo quando estamos lendo um material que estudamos através das anotações e partes grifadas. Você vai dizendo para si: “Sim, sim, entendi. Disso eu sei. Disso também”. Em nossa mente, achamos que aprendemos, mas na hora de testar o conhecimento, vem o famoso “branco”.

Ao ver o material novamente, nós pensamos que sabemos o conteúdo, porque nos familiarizamos com o assunto, todavia estamos sendo vítimas da ilusão da fluência.

Benedict Carrey, autor de Como Aprendemos: a surpreendente verdade sobre quando, onde e por que o aprendizado acontece, nos explica o fenômeno através de sua própria experiência:

O problema não era que eu não tinha trabalhado duro o suficiente, ou que eu não tinha o “gene” para fazer provas. Não, meu erro foi avaliar mal a profundidade do que eu sabia. Fui enganado pelo que os psicólogos chamam de ilusão da fluência, a crença de que, porque fatos ou fórmulas ou argumentos são fáceis de lembrar agora, eles permanecerão assim amanhã ou no dia seguinte.

A ilusão da fluência é tão forte que, uma vez que sentimos que entendemos algum tópico ou atribuição, pensamos que um estudo mais aprofundado não será necessário. Nós esquecemos de que nós esquecemos.

Esses auxílios (“pescas”) que utilizamos, o que inclui um guia de estudo, releitura, anotações, criam a percepção de familiaridade com a matéria e que compreendemos e lembramos o que foi dito.

As falsas percepções de fluência são automáticas. Eles formam subconscientemente e tornam-nos pobres julgadores do que precisamos reestudar ou praticar novamente.

A ilusão de fluência é a principal culpada em desempenhos de teste abaixo da média. Não é ansiedade. Não é estupidez. Não é nem injustiça, nem má sorte.

Com isso em mente, quando você estiver revendo um material, você se lembrará: “Tenho que ter cuidado com a ilusão da fluência. É só uma ilusão”.

Não se iluda!

Como se livrar então da ilusão da fluência?

Revisão Ativa

Uma das principais estratégias para superar a ilusão da fluência é a prática da revisão ativa – a prática de você forçar o seu cérebro a recuperar as informações que leu em vez de simplesmente se expor a elas passivamente, revendo anotações.

Destaco duas formas de você praticar a revisão ativa: autotestando-se e criando perguntas no decorrer do texto.

i. Autoteste

A revisão ativa pressupõe que você se autoteste continuamente para verificar a fluência das informações em sua mente. Se não conseguir recuperar, é porque o conteúdo ainda não está fluente, e precisa revê-lo.

Ao terminar de ler um tópico de um livro, feche-o e tente relembrar o que você acabou de ler.  Isso o ajudará a aprender de forma muito mais eficiente e afastará a ilusão da fluência.

Um certo desconforto será normal e bastante comum nessa fase, quando você se forçará a recuperar as informações sem a ajuda das anotações. Esse esforço cognitivo será essencial para que você as ligações cerebrais para relembrar esse conhecimento depois.

Pense na revisão ativa como encontrar o caminho para um novo local sem a ajuda do GPS. Você vai se forçar a aprender e relembrar os atalhos sem ajuda. Com o tempo, ir para ali será natural, tal qual aquele conhecimento que você, de fato, já levou para a memória de longo prazo e não tem problemas em lembrar.

ii. Crie perguntas no decorrer do texto

Uma outra maneira de você praticar a revisão ativa é ir criando perguntas ao conteúdo que você está estudando, de forma que você poderá fazer seu autoquiz quando revisitar o material.

Para aumentar a retenção de conhecimento ao terminar um livro, responda-se as seguintes três perguntas:

  • Quais são as melhores cinco ideias deste livro?
  • Se eu pudesse que resumir este livro num flashcard de 10 x 15 cm, o que eu escreveria?
  • Quais são os 20% desse livro que dariam 80% dos seus benefícios?

Você pode respondê-las em uma minirresenha feita em uma folha de papel A4 ou nas páginas finais do livro, que você poderá revisitar quando quiser para relembrar as melhores ideias do livro – hábito do bilionário Warren Buffet.

Ensine a alguém: elabore uma miniaula do que você acabou de aprender.

Sumarizar o que você acabou de ler é uma outra estratégia de implementação da revisão ativa. Você deverá fazer isso tentando ao máximo não olhar o livro que acabou de ler, de forma que você estará como “se ensinando” o que aprendeu.

Você poderá fazer essa sumarização tanto ao final de um tópico, no Evernote ou oralmente para um amigo imaginário seu. Ok, pode ser estranho falar sozinho, mas, com certeza, é uma excelente técnica de estudo.

Benedict Carey nos relata, mais uma vez, sua experiência como especialista em aprendizado:

Faça um resumo, um comentário – finja e pratique o que aprendeu. Essa é a alma do autoexame: fingir que você é um especialista, apenas para ver o que você consegue extrair. Isso vai muito além de dar uma rápida olhada nas “perguntas sumárias” no final do capítulo antes de ler. […]

Ao ler através de um artigo científico difícil, eu o coloco de cabeça para baixo algumas vezes e tento explicar a alguém o que ele diz. Se não há ninguém para ouvir (ou fingir ouvir), eu digo isso em voz alta para mim mesmo, tentando o máximo que posso citar do papel seus pontos principais. […]

Uma maneira muito eficaz de pensar no autoexame é dizer: “Ok, eu estudei este material; agora é hora de ensinar para o meu irmão, ou cônjuge, ou filho o que tudo significa.

Essas tentativas aparentemente simples de comunicar o que aprendeu, para você ou para os outros, não são meramente uma forma de autoteste, no sentido convencional, mas uma forma de estudo e aprendizagem extremamente eficiente.

Esses exercícios irão dissipar a ilusão de fluência, expondo o que você não sabe, em que está confuso, o que esqueceu – e rápido.

Ensinando o que aprendeu para si ou para outra pessoa será uma excelente forma de testar se você aprendeu o que leu. Terminado um tópico, faça esse exercício mental para fixar melhor o conteúdo.

Após assistir à aula, você pode dar o próximo passo!

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