Resumo completo da obra Sobre a Brevidade da Vida – Sêneca
Na Resenha Prática dessa semana, gostaria de compartilhar algumas GRANDES ideias desse livro imortal, que está dentre os meus favoritos: “Sobre a Brevidade da Vida” – Sêneca.
As pessoas reclamam que a vida é curta, que quando a vida está no seu ápice ela cessa, que não têm tempo para nada, pois bem!
Sêneca vai MUDAR nossa concepção sobre isso. Nós veremos que a vida é sim longa o suficiente para alcançarmos o que quisermos!
Vamos juntos ver:
- As causas que nos levam a pensar dessa forma;
- Que a maior falácia…a maior vergonha que você pode ter para si é reservar os melhores anos da sua vida para o final (para a sua aposentadoria);
- E outras grandes ideias!
Ao final, faremos alguns exercícios para que você concretize essas ideias. Afinal, a minha grande missão é despertar o seu conhecimento e a sua sede de conhecimento para outras áreas e que você possa concretizar, se educar e abranger a sua educação.
Além disso, ao final, nós veremos outro DIAMANTE de conhecimento do livro “Moonwalking with Einstein: A arte de lembrar tudo” – Joshua Foeur, que tem tudo a ver com Sêneca.
Vamos nessa?
As sábias palavras de Sêneca
“A maior parte dos mortais, Paulino, queixa-se da malignidade da natureza, porque somos gerados para uma curta existência. Diz-se que a vida é breve e a arte é longa. Bem, está errado. Não dispomos de pouco tempo, mas desperdiçamos muito. A vida é longa o bastante e nos foi generosamente concedida para a execução de ações as mais importantes, caso toda ela seja bem aplicada. Porém, quando se dilui no luxo e na preguiça, quando não é despendida em nada de bom, somente então, compelidos pela necessidade derradeira, aquela que não havíamos percebido passar, sentimos que já passou.”
O que Sêneca quer dizer com isso?
Que eu e você temos MUITO tempo para alcançarmos tudo que quisermos. Temos tempo o suficiente para realizarmos tudo o que quisermos: nossos sonhos, nossos projetos…darmos vida à vida.
Após, temos uma passagem bem interessante, que ele diz:
“Não há motivo para pensares que alguém viveu longamente só por causa de seus cabelos brancos ou de suas rugas. Ela não viveu longo tempo; mas existiu longo tempo.”
1) Você está Vivendo ou Existindo?
A primeira GRANDE ideia que esse livro nos trás e que eu queria que você pensasse a respeito é: Você está VIVENDO ou EXISTINDO?
Por que a vida é longa? O meu tempo e o seu são iguais. O tempo das grandes personalidades, vivas ou já passadas também era o mesmo. Todos nós dispomos de 24h/dia, em regra, entre 16h acordados, então nós fazemos o que quisermos com esse tempo.
Eu, você, o Ellon Musk, o Abilio Diniz, o Jeff Bezos…todos têm o MESMO número de horas, mas…o que VOCÊ está fazendo com esse tempo? Você está “desperdiçando-o”, como diz Sêneca?
“Mas por que nos queixamos da natureza? Ela se revelou benigna. A vida será longa se souberes utilizá-la”.
Sêneca vai, então, discorrer do porquê pelo qual não alcançamos nossos objetivos e temos a vida que queremos ao pontuar as oito causa da procrastinação.
2) As oito causas da procrastinação
“Um é dominado por uma avareza insaciável, por um empenho laborioso em tarefas inúteis (1); o outro, impregnado de vinho, está sempre alcoolizado (2); o outro se entorpece de preguiça (3); o outro está sempre preocupado com a vida alheia e depende do julgamento alheio (4); o outro tem uma ambição insaciável para comerciar (5). Cobiça aos feito militares atormenta alguns, outros a veneração ingrata de seus superiores (6). Muitos se detiveram na busca da sorte a lei na lamentação de sua vida (7); e outros nada perseguem ao certo, ficam entre projeto e projeto numa frivolidade volúvel inconstante e descontente consigo mesmo (8).
Reflita um pouco se você já cometeu algumas dessas causas. Eu já…todas hehe, umas mais e outras menos.
O que você está fazendo com o tempo da sua vida?
Você está construindo algo que se orgulhe e possa olhar para trás e falar “eu vivi uma boa vida”? Ou está simplesmente existindo? O tempo está passando e as marcas não refletem na verdade a sua vida mas tão somente o tempo?
E então vem a GRANDE sacada de Sêneca:
“É diminuta a parte da vida que realmente vivemos, pois todo o período restante não é vida, e sim tempo.”
As pessoas têm planos de 10, 15, 20 anos…”quando eu me aposentar”. Esses planos não interessam. É importante você ter uma visão, porém não pode justificar não viver o que você quer HOJE em prol de uma vida daqui a 20, 30 anos.
Por quê? Ora, quem te garante que você viverá tanto tempo?
E Sêneca continua: “Qual então é a causa disso? Viveis como se sempre havereis viver, como nunca te ocorreu a tua fragilidade. Desperdiça teu tempo de forma plena e abundante, doando a qualquer pessoa.”
“Tendes medo de tudo como mortais, desejais tudo como imortais.”
Você tem medo de tudo como mortal: tem medo de realizar seus projetos, de executar as coisas, de falar com alguém que você não conhece, de tirar uma ideia do papel.
Mas deseja tudo como imortal: você cai em um dos nossos vieses cognitivos, que é o viés do otimismo do futuro. Nós pensamos que nosso futuro será melhor e o nosso desejo é protelado para o amanhã.
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3) Sêneca e a protelação
“A maior perda de vida é a protelação: esta nos arranca um dia após o outro, rouba-nos o presente enquanto promete o futuro.”
“O maior obstáculo à vida é a expectativa, que fica na dependência do amanhã e perde o momento presente”
“Não te envergonha reservar para ti essas sobras de vida?! Quanto é tardio começar a viver só quando é hora de terminar! Viva de imediato!”
Eu tenho certeza que você conhece alguém cuja vida, infelizmente, foi interrompida abruptamente, seja por uma fatalidade, genética ou doença. Será que essa pessoa fez tudo que queria?
E isso vale para nós.
Devemos nos envergonhar de deixarmos esses restos de vida para nós. Temos, na verdade, que viver o hoje!
Não estou dizendo que para viver o hoje você precisa virar um hedonista e se entregar aos prazeres da vida.
O que estou dizendo é para você não perder seu tempo com besteiras, executar seus projetos, fazer coisas que você quer e reservar um tempo para si.
Prossigamos nesta resenha do livro Sobre a Brevidade da Vida do grande estóico Sêneca.
4) Aprenda a viver, mas também aprenda a morrer
E Sábio prossegue:
“Vejo alguns homens, inclusive aqueles de posse, que são sufocados pelos próprios bens. Outros têm um bando de clientes ao seu redor, que não lhes deixam nenhuma liberdade. […] O homem ocupado não tem noção de quanto do seu tempo está sendo roubado.
“Você não encontra ninguém que queira repartir o seu dinheiro, mas, veja bem, já a sua vida, cada um distribui entre muitos. São mesquinhos na retenção do patrimônio, enquanto, quando se trata de desperdiçar o tempo, são muito pródigos.”
O que ele quer dizer aqui?
Você, muitas vezes, gasta seu tempo com pessoas que você não gosta, em ambientes que você não gosta, e o conselho do grande filósofo aqui é:
Levante e vá embora.
Seja avarento com seu tempo, reserve-o para si.
Para efeito de exemplo: R$200,00 você pode recuperar, mas e os 30 minutos que gastou? O tempo é a areia da ampulheta da vida. Porém, quando ela chega ao fundo, fica lá por toda a eternidade.
Sêneca exemplifica com um sujeito chamado Lívio Druso, que era um homem atuante, enérgico, sempre ocupado e que vivia reclamando de nunca ter tirado férias, sendo extremamente desagradável. De repente, faleceu.
Ninguém sabia a causa de seu falecimento, mas sabiam que sua morte tinha sido oportuna, pois era uma pessoa que não sabia viver.
“É preciso, durante toda a vida, aprender a viver. E o que, talvez, cause maior admiração, é preciso durante toda a vida também aprender a morrer.”
“Nada é menos peculiar do que um homem ocupado do que viver”
Quem está ocupado em fazer coisas para os outros, gastando muito do seu tempo em mídias sociais, por exemplo, está desperdiçando sua vida, logo, não sabe viver.
DICA: Instale o aplicativo Quality Time (Android) ou Moment (iPhone) e veja quanto tempo da sua vida você está passando com o celular na mão
Fazendo um cálculo rápido, se você passa 6h por dia com o celular, está passando 1/3 da sua vida nele; está jogando 4 MESES DO SEU ANO NO LIXO.
E, então, Sêneca nos convida para fazer um balanço. “Olhe para trás e veja quanto tempo você viveu de verdade”. Veja quantas memórias você tem. Você sente que esses últimos anos foram bem vividos? Ou você os desperdiçou e não fez o que queria?
Logicamente, fazer o que você quer NÃO é fazer qualquer coisa! É construir a vida que você quer!
Porém, muitas vezes você deixa de fazer o que precisa porque está com preguiça, está se entregando a uma vida de prazeres, está preocupado com o que pensam de você ou com a vida alheia. Por isso, aprenda a viver!
5) A Morte do Iludido
Iludidos são aqueles que passaram a vida ocupados, são muito vaidosos, fingem ser mais novos, lisonjeiam-se com essa mentira e iludem-se tão prazerosamente como se enganassem o destino e, ao final, gritam que foram estúpidos por não terem vivido e que, se acaso tiverem escapado daquele estado enfermo viveriam diferente.
Esse é o desespero da morte do iludido. Aquela pessoa que chega ao final da vida e…”acabou? o que foi que eu fiz? como eu posso recuperar isso?”, ficando um sentimento de angústia, desespero porque não fez o que queria.
A GRANDE LIÇÃO desse livro é: NÃO SEJA ESSA PESSOA!
Temos que absorver o conhecimento desse grande sábio e nos darmos conta de que não podemos ser esse iludido.
Veja essa resenha do livro Sobre a Brevidade da Vida como sua chance de se aproveitar das ideias de um sábio que viveu há mais de dois mil anos.
E se?
E se nos últimos 5 anos você tivesse se dedicado aos seus projetos 1 hora por dia (seja aprender inglês, ler um livro, caminhar, construir um relacionamento melhor…) onde você estaria hoje?
Responda internamente.
Agora, como não temos como tocar na areia do fundo da nossa ampulheta, o que você fará a partir de hoje para começar a trilhar esse caminho?
6) Faça amizades com os Grandes!
Mais um conselho de Sêneca: esteja disponível para a sabedoria.
Ou seja, você, pouco a pouco, pegar grandes ideias e anexar a sua persona, o que é um dos grandes objetivos desse meu projeto educacional!
Como diria Picasso: “Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre os ombros de gigantes”
Pense que, quando viemos ao mundo, viemos nus, sem conhecimento algum. A humanidade está onde está hoje, pois cada conhecimento adquirido foi passado para as gerações seguintes.
E se você, como indivíduo, se espelhasse nessas grandes personalidades?
Se criasse o hábito da leitura diária e anexasse uma ideia de um grande sábio por dia na sua persona?
“Faça amizades sinceras com os grandes, pois eles estarão sempre disponíveis para você, seja ele Demócrito, Pitágoras, Zenão, Aristóteles. Nenhum desses vai deixar de estar à nossa disposição, nenhum permitirá a quem quer que seja partir de mãos vazias; e eles podem ser encontrados por qualquer homem, tanto durante o dia como à noite”.
“Que felicidade, que bela velhice aguarda quem se juntou à clientela deles. Terá com quem refletir sobre as questões, desde as menos até as mais importantes; a quem consultar diariamente sobre si próprio; de quem ouvir a verdade sem ofensa, elogio sem adulação”
Assim, você vai construir a sua família de agregadas e renomadas mentes. A sua biblioteca vai ser o seu ciclo de amizades pessoal.
Concluindo
De forma alguma as ideias desse livro se esgotaram, existem muitas outras, porém concluo minha resenha por aqui.
Gostaria que você lesse esse livro e me respondesse algumas questões. Você pode responder no seu diário de aprendizagem, que é um caderno que você tem e vai anotando e aprendendo coisas realmente úteis para sua vida. Pode também responder aqui nos comentários, mandar um e-mail para mim ou responder só para você. Mas o principal…
Não seja um mero leitor, seja um aprendedor!
Questões para você responder:
– Qual o hábito frívolo (inútil) está lhe fazendo desperdiçar tempo de vida, e o que fará para mudá-lo?
– Qual projeto você vai iniciar hoje e acabar nos próximos 3 meses?
(Sugestão) Crie o hábito de acordar e passar 1 min definindo o que você vai fazer durante o dia.
Ex.: Hoje eu quero ler por 15 min e estudar inglês por 20 min
– Qual área da sua vida você vai se tornar um “filósofo” um “autodidata” e aprender mais?
Enredo na vida
Neste livro, “Moonwalking with Einstein: A arte de lembrar tudo” – Joshua Foeur, tem uma passagem que diz:
Você pode se exercitar todo dia, ter uma vida saudável, comer bem, viver muitos anos…mas se você permanecer na mesma rotina (trabalho, academia, casa) e não colocar ENREDO na sua vida, ou seja, fazer coisas diferentes, como viajar para lugares exóticos, conhecer novas pessoas, etc., o seu tempo psicológico (sua percepção de vida) vai ser muito curto!
Não sei quanto a você, mas eu já trabalhei muito dentro de um escritório e, quando eu menos percebi, 1 ano acabou e…o que foi que eu fiz?
Nosso tempo psicológico é totalmente comprimido quando não fazemos coisas diferentes, conhecemos novas pessoas, vemos novos lugares.
O contrário também é verdadeiro
Quando retornamos de uma viagem, pensamos que “vivemos mais tempo”, pois vivenciamos outras experiências.
A lição é: coloque ENREDO na sua vida!
Captou a mensagem? Espero que sim e que tenha levado algumas ideias para sua vida!
Foque em aprender algo todo dia e viva uma vida fantástica,
Aleno Oliveira
Assista à resenha do livro Sobre a Brevidade da Vida, Sêneca no Youtube